To the Moon: o que você faria se pudesse mudar toda a sua vida?

"Bilhões de faróis... presos na extremidade do céu..."

Para iniciar as atividades do Blog com chave de Ouro, hoje estou trazendo para vocês um jogo que, apesar de singelo em gráficos, é um primor em todos os outros quesitos, principalmente o da história, que apresenta de maneira clara como pode ser difícil a busca da felicidade humana. Ladys and gentlemans, com vocês To the Moon!

To the Moon é um jogo criado pela Freebird Games, com roteiro de Kan R. Gao, tendo o RPG maker como Engine. A história gira em torno de Johnny: um ancião que ficou viúvo recentemente, e que sonha em ir para a lua. Para tanto, o mesmo contrata uma corporação que possui uma tecnologia especial para alterar as memórias das pessoas, fazendo-as pensar que realmente viveram os seus sonhos antes de morrer. Até ai, nada de mais, o problema é que realizar desejos em memórias não é um procedimento fácil, sendo necessário buscar a fonte do desejo, indo até o mais profundo das memórias armazenadas no cérebro.

O fato mais marcante da história é a relação entre Johnny e River, sua falecida esposa. Além de ser uma das histórias de amor mais bonitas que já vi, o fato do jogo se desenrolar pelas memórias mais recentes até as mais antigas causa um impacto totalmente diferente, afinal, estamos vendo a construção de um relacionamento em escala decrescente, do fim ao começo, ao contrário do que geralmente ocorre em filmes e outras histórias. A cada nova etapa na vida do casal, a história vai se aprofundando e intrigando a medida que adiciona questionamentos e mistério nesse relacionamento, sempre mantendo a pergunta no ar: Por que Johnny quer ir para a lua?

O jogo é pequeno, cerca de 4 horas e meia são suficientes para completá-lo e de jogabilidade muito simples, fato que destaca a história ainda mais.

A trilha sonora do jogo é original, e foi feita pelo próprio Gao, em parceiria com a cantora Laura Shigihara (que canta a música tema de Plants V.s. Zombies, e que ao meu ver tem uma voz angelical), sendo bem adequada às situações do jogo e te emociona em muitos momentos, como é o caso da música Everything is Alright (só de lembrar da cena me dá vontade de chorar...):

Por fim: é um jogo que vale a pena ser jogado, é empolgante e te prende o tempo todo. Eu mesmo quero zerá-lo de novo, pois To the Moon é como um bom livro: merece ser lido novamente... é uma boa pedida para aqueles que querem fugir um pouco da rotina de "Pulo-Tiro-Porrada", mas já aviso que o jogador deve ter um conhecimento mediano da língua inglesa...


Prós: Jogabilidade simples, cenários bonitos para gráficos de 16bits, trilha sonora impecável, história emocionante e extremamente intrigante, muitas cenas hilárias (HADOUKEN!! joguem e saberão o que significa).


Contras: que contra? o jogo é PERFEITO!

Nota: 11/10